Estudo foi desenvolvido por Engenheiro Ambiental da UNISANTA.
O engenheiro ambiental Antonio Iris Mazza desenvolveu um projeto no qual se torna possível a purificação de água contaminada por corantes em escala industrial. Ao visitar uma usina de cana-de-açúcar em São Bernardo do Campo, o engenheiro se deparou com grandes quantidades de bagaço de cana, que até então não possuíam utilidade alguma para a usina e eram basicamente descartados em aterros sanitários.
Utilizando o bagaço da cana-de-açúcar, o engenheiro iniciou uma longa pesquisa de como reaproveitar aquele material que era simplesmente descartado. Por não haver muitos projetos e pesquisas em andamento, tal fato serviu como incentivo para Mazza iniciar seu estudo e buscar uma forma de sustentabilidade.
Em suas primeiras pesquisas em laboratório, Mazza tentou utilizar a cinza do bagaço com a finalidade de retirar cargas orgânicas do esgoto. A experiência, porém, apresentou resultados inconstantes.
Em outro experimento, ao acrescentar o Resíduo de Bagaço de Cana (RBC) em um refrigerante, o mesmo notou que o líquido sofreu um processo de adsorção, ou seja, o refrigerante perdeu sua cor original e se tornou incolor.
Para sua criação, o resíduo da cana-de-açúcar foi adicionado à água, passando por um processo de centrifugação e posteriormente por uma peneira onde, por fim, foi realizada a medição para avaliar a quantidade de corante retirado.
Grande parte das indústrias que possuem como resultantes de processos industriais águas contaminadas por corantes, utilizam para tratamento de seus efluentes o carvão ativado, que possui um elevado custo energético para a sua produção. Para descontaminar as águas, é necessário trabalhar com o corante presente, em vários e longos processos. Em comparação, o RBC possui uma alta eficiência, podendo eliminar até 80% dos corantes presentes, um baixo custo econômico e ambiental de produção, além de sua baixa toxicidade. Vale ressaltar que tal projeto possui grande capacidade de substituir o uso do carvão ativado, permitindo um ganho financeiro e evitando a derrubada de árvores.
Segundo Mazza, dois gramas de resíduo são suficientes para purificar até um litro de água contaminada. Outras pesquisas estão sendo iniciadas no momento com o resíduo, a fim de determinar sua capacidade de retirar metais e cargas orgânicas de efluentes industriais. A pesquisa está em processo de se tornar uma patente.
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